A Teoria do Medo
As primeiras manifestações em Luanda surgiram um pouco depois da primavera árabe, a reacção do regime foi visceral, ao ponto, de ser considerada temerária e patética. Na fase inicial, os principais partidos da oposição adoptaram posições neutrais, não caíram na tentação do aproveitamento político através da demagogia e do populismo fácil, sempre tão frequentes nestas ocasiões, mas o descontentamento existia e era real.
No entanto, com o intensificar do fenómeno, assistiram-se à manifestações de apoio ao Governo e as respectivas contra-manifestações, algumas de grande alcance, surpreendentes ou não, pela sua grande capacidade de mobilização, tendo em conta os parcos meios de alguns partidos na cena nacional.
O vento passou, e as sementes foram lançadas, apenas os ditos temerários eram conscientes do alcance destas manifestações. Os restantes mortais vivíamos no limbo, desconhecíamos uma realidade chamada ex-combatentes.
As sementes cresceram, a insatisfação perante as desigualdades e as dificuldades experimentadas pela generalidade da população no seu quotidiano, deu lugar, a um descontentamento cada vez mais profundo, em democracia o alvo do mal-estar da população é sempre o Governo, uma realidade com a qual as autoridades se sentem ainda bastante desconfortáveis.
A população foi perdendo medo em expressar o seu descontentamento, enquanto, no executivo o medo foi-se apoderando. Um medo justificado, o medo do contágio transversal a toda à sociedade, parece-me, que aconteceu, o sintoma, as manifestações dos ex-combatentes na baixa de Luanda com as forças da ordem, obrigadas a usar o recurso à força para dispersar. Tanta desigualdade, tanta riqueza mal distribuída, apenas, poderia contribuir para uma bomba social, com um equilíbrio instável.
É preciso reconhecer que houve uma transformação no país, talvez, não com a velocidade desejada e nem com as prioridades estabelecidas, mas existiu uma transformação, mas é uma transformação que apenas abrange uma minoria e exclui uma maioria. Não convém esquecer que em Luanda ainda prolifera muito arsenal de Guerra e quem não tem nada a perder, não se importa de sacrificar a sua vida e a dos demais. O Governo deveria estar mais atento e consciente a está realidade porque um dia corremos o risco de acordar e não estar mais no purgatório mas sim no inferno.
As primeiras manifestações em Luanda surgiram um pouco depois da primavera árabe, a reacção do regime foi visceral, ao ponto, de ser considerada temerária e patética. Na fase inicial, os principais partidos da oposição adoptaram posições neutrais, não caíram na tentação do aproveitamento político através da demagogia e do populismo fácil, sempre tão frequentes nestas ocasiões, mas o descontentamento existia e era real.
No entanto, com o intensificar do fenómeno, assistiram-se à manifestações de apoio ao Governo e as respectivas contra-manifestações, algumas de grande alcance, surpreendentes ou não, pela sua grande capacidade de mobilização, tendo em conta os parcos meios de alguns partidos na cena nacional.
O vento passou, e as sementes foram lançadas, apenas os ditos temerários eram conscientes do alcance destas manifestações. Os restantes mortais vivíamos no limbo, desconhecíamos uma realidade chamada ex-combatentes.
As sementes cresceram, a insatisfação perante as desigualdades e as dificuldades experimentadas pela generalidade da população no seu quotidiano, deu lugar, a um descontentamento cada vez mais profundo, em democracia o alvo do mal-estar da população é sempre o Governo, uma realidade com a qual as autoridades se sentem ainda bastante desconfortáveis.
A população foi perdendo medo em expressar o seu descontentamento, enquanto, no executivo o medo foi-se apoderando. Um medo justificado, o medo do contágio transversal a toda à sociedade, parece-me, que aconteceu, o sintoma, as manifestações dos ex-combatentes na baixa de Luanda com as forças da ordem, obrigadas a usar o recurso à força para dispersar. Tanta desigualdade, tanta riqueza mal distribuída, apenas, poderia contribuir para uma bomba social, com um equilíbrio instável.
É preciso reconhecer que houve uma transformação no país, talvez, não com a velocidade desejada e nem com as prioridades estabelecidas, mas existiu uma transformação, mas é uma transformação que apenas abrange uma minoria e exclui uma maioria. Não convém esquecer que em Luanda ainda prolifera muito arsenal de Guerra e quem não tem nada a perder, não se importa de sacrificar a sua vida e a dos demais. O Governo deveria estar mais atento e consciente a está realidade porque um dia corremos o risco de acordar e não estar mais no purgatório mas sim no inferno.