BIC Portugal: A Arte do Bom Negócio
Ainda não são conhecidos todos os pormenores da venda do BPN ao BIC Portugal, provavelmente, nem nunca serão conhecidos. No entanto, com os dados já disponíveis, é possível chegar a uma conclusão, o BIC Portugal, fez aparentemente um excelente negócio. Porém, este negócio detém as suas subtilezas, merecedoras de reflexão, se o BIC Portugal pretender, que esta operação seja um sucesso total.
O BIC Portugal tinha uma base operacional reduzida em Portugal, basicamente, o seu objectivo estratégico era ser uma plataforma para os empresários portugueses que pretendiam investir em Angola e ser também uma plataforma para os empresários angolanos que pretendiam investir em Portugal. O Banco em Portugal tinha uma dimensão que poderíamos considerar inexpressiva.
Com esta aquisição do BPN, o cenário alterou-se substancialmente, apesar, da operação não conferir um estatuto de um grande banco em Portugal, permite ao BIC Portugal dar um salto apreciável, porque incorpora a rede comercial, ou seja, entra no retalho, mas também o centro de empresas do BPN. Além disso, com uma particularidade importante, sem ficar sobredimensionado para a actual realidade económica de Portugal, que como sabemos, é extremamente difícil. Será um grande desafio para esta Administração fazer esta operação rentável.
Penso que é precisamente na questão da rentabilidade do Banco que residem as grandes subtilezas desta operação. Senão vejamos, o BPN foi nacionalizado, o custo da nacionalização está estimado em 2,4 mil milhões de euros, consta que o Banco foi ou tem que ser recapitalizado em 500 milhões de euros. O custo total da nacionalização para o erário público português, de forma grosseira, estima-se em 3 mil milhões de euros. Convém ter presente que os 2,4 mil milhões de euros são imparidades que foram transferidos para 3 veículos públicos, cuja missão, impossível, é inverter as imparidades. Se formos realistas quem vai pagar os 3 mil milhões de euros são os contribuintes portugueses. É notório que a nacionalização do BPN conduziu a socialização dos prejuízos. Do outro lado, da balança, temos o BIC Portugal, que apenas por 40 milhões de euros comprou um conjunto de activos tangíveis e intangíveis (capital humano) do BPN. Diga-se de passagem com um enorme desconto. O BIC Portugal soube aproveitar a oportunidade e o momento.
No entanto, existe aqui uma enorme desproporção, é precisamente, nesta desproporção, que reside o ponto crítico do negócio, esta desproporção pode dar origem na sociedade portuguesa a um sentimento de enorme aversão em relação ao BIC Portugal, porque o cidadão comum pode pensar, o BIC Portugal fez o seu negócio da china a custa do contribuinte português. No entanto, o BIC Portugal não tem responsabilidade nenhuma, nem na nacionalização do BPN, nem no erro tremendo que se veio a revelar. Por isso, o fundamental neste negócio, será diluir a imagem, a marca, a existência do BPN da memória dos portugueses, como se a marca BPN nunca tivesse existido, quanto mais depressa desaparecer, melhor para o BIC Portugal. No entanto, uma factura de 3 mil milhões de euros custa a pagar e é muito difícil de ser esquecida.
Ainda não são conhecidos todos os pormenores da venda do BPN ao BIC Portugal, provavelmente, nem nunca serão conhecidos. No entanto, com os dados já disponíveis, é possível chegar a uma conclusão, o BIC Portugal, fez aparentemente um excelente negócio. Porém, este negócio detém as suas subtilezas, merecedoras de reflexão, se o BIC Portugal pretender, que esta operação seja um sucesso total.
O BIC Portugal tinha uma base operacional reduzida em Portugal, basicamente, o seu objectivo estratégico era ser uma plataforma para os empresários portugueses que pretendiam investir em Angola e ser também uma plataforma para os empresários angolanos que pretendiam investir em Portugal. O Banco em Portugal tinha uma dimensão que poderíamos considerar inexpressiva.
Com esta aquisição do BPN, o cenário alterou-se substancialmente, apesar, da operação não conferir um estatuto de um grande banco em Portugal, permite ao BIC Portugal dar um salto apreciável, porque incorpora a rede comercial, ou seja, entra no retalho, mas também o centro de empresas do BPN. Além disso, com uma particularidade importante, sem ficar sobredimensionado para a actual realidade económica de Portugal, que como sabemos, é extremamente difícil. Será um grande desafio para esta Administração fazer esta operação rentável.
Penso que é precisamente na questão da rentabilidade do Banco que residem as grandes subtilezas desta operação. Senão vejamos, o BPN foi nacionalizado, o custo da nacionalização está estimado em 2,4 mil milhões de euros, consta que o Banco foi ou tem que ser recapitalizado em 500 milhões de euros. O custo total da nacionalização para o erário público português, de forma grosseira, estima-se em 3 mil milhões de euros. Convém ter presente que os 2,4 mil milhões de euros são imparidades que foram transferidos para 3 veículos públicos, cuja missão, impossível, é inverter as imparidades. Se formos realistas quem vai pagar os 3 mil milhões de euros são os contribuintes portugueses. É notório que a nacionalização do BPN conduziu a socialização dos prejuízos. Do outro lado, da balança, temos o BIC Portugal, que apenas por 40 milhões de euros comprou um conjunto de activos tangíveis e intangíveis (capital humano) do BPN. Diga-se de passagem com um enorme desconto. O BIC Portugal soube aproveitar a oportunidade e o momento.
No entanto, existe aqui uma enorme desproporção, é precisamente, nesta desproporção, que reside o ponto crítico do negócio, esta desproporção pode dar origem na sociedade portuguesa a um sentimento de enorme aversão em relação ao BIC Portugal, porque o cidadão comum pode pensar, o BIC Portugal fez o seu negócio da china a custa do contribuinte português. No entanto, o BIC Portugal não tem responsabilidade nenhuma, nem na nacionalização do BPN, nem no erro tremendo que se veio a revelar. Por isso, o fundamental neste negócio, será diluir a imagem, a marca, a existência do BPN da memória dos portugueses, como se a marca BPN nunca tivesse existido, quanto mais depressa desaparecer, melhor para o BIC Portugal. No entanto, uma factura de 3 mil milhões de euros custa a pagar e é muito difícil de ser esquecida.