O Sistema Bancário Angolano
Hoje, tive a oportunidade de recordar um estudo da KPMG, creio de 2009, que apontava Angola, como o terceiro maior mercado bancário da África-subsariana. Acredito que possa ser perfeitamente verdade, não fiquei surpreso. No entanto, quando penso na dimensão do Sistema Bancário Angolano em Angola, sou obrigado a pensar, que não detém uma dimensão demasiado relevante. A cobertura bancária pelo território nacional, ainda é bastante deficitária, além disso, não acredito que, a generalidade, do Sistema Bancário Angolano detenha uma carteira de activos demasiado elevada.
O Sistema Bancário Angolano encontra-se concentrado nos grandes centros urbanos, nomeadamente, em Luanda. Apesar, de considerar o Sistema Bancário pouco expressivo, ele é extremamente concorrencial, porque para a dimensão que possui, existe um excesso de oferta bancária. Há Bancos a mais.
A concorrência, é extremamente forte, os Bancos Portugueses têm um papel de destaque, principalmente, porque partem de uma base muito maior e são detentores de um know-how melhor. Mas o mercado é feroz, os Bancos Angolanos batem-se bem.
Os Angolanos que preveligiam uma oferta mais diversificada de produtos e um atendimento mais especializado, tendencialmente, procuram Bancos Portugueses, normalmente pertencem a classes sociais mais elevadas, enquanto, os Angolanos animados por um maior sentimento de Angolanidade procuram os Bancos Nacionais. Creio que não existe nada de anormal, neste facto, é apenas o mercado a funcionar.
No entanto, não posso deixar de constatar uma falta de sofisticação no mercado Bancário Angolano, nomeadamente, ao nível das empresas. Existe um conjunto de serviços financeiros que não estão disponíveis para as empresas Angolanas porque simplesmente não existem, algo que, condiciona a gestão da tesouraria das empresas. É um mercado ainda imaturo, como já foi referido neste espaço, e sem um mercado Bancário forte, não é possível ter uma Bolsa de Valores credivel, por muita vontade e pensamento positivo que possam existir na classe dirigente.
Existe ainda um outro factor no Sistema Bancário Angolano, que é motivo de preocupação, a existência ou não, de sistemas de avaliação de riscos e a sua validade. É um detalhe muito importante, principalmente, em Angola, pela forma como funciona a sua economia em certos sentidos. Quantas vezes, já não aconteceu, o financiamento para um projecto ser recusado porque não é considerado viável, e depois os promotores do projecto recorrem ao sistema, para o mesmo Banco que recusou o projecto, acabar por conceder o financiamento solicitado? Nem menciono, o desgraçado que ousou chumbar o projecto à ilustre figura. Mas seria interessante conhecer os níveis de morosidade e a magnitude dos incobráveis do Sector Bancário Angolano (refiro-me aos reais). Não foi há muito tempo que a imprensa angolana dava a notícia que dois empresários angolanos no seu conjunto deviam mais de US$ 300 milhões à Banca Angolana. O mais deplorável da situação, parece que um dos empresários, escreveu uma carta a um Alto-Dirigente do MPLA para interceder junto do Banco, por sinal público, onde tinha contraído a dívida, para provavelmente, obter, uma Amnistia Financeira, a custa do contribuinte Angolano.
São precisamente este tipo de situações que dão Má Imagem e Fama ao MPLA, e depois alimentam as especulações de corrupção e de tráfico de influências. Situações desta natureza deveriam ser veemente repudiadas pelo próprio partido, porque são questões centrais da sociedade angolana e com as quais se defronta no seu dia-a-dia. Os responsáveis políticos que governam o país, não deveriam esquecer em nenhuma circunstância a seguinte máxima: A mulher de César não basta ser séria, tem que parecê-lo.
No meu entendimento, num futuro próximo, esta forma de funcionar, pode revelar-se problemática, todos sabemos que a base do crescimento económico em Angola é o petróleo, mas também temos assistido a um Boom no Imobiliário, questiono-me, será que todos os Bancos Angolanos foram prudentes na concessão de créditos? Quando a Borbulha do Imobiliário estoirar em Angola, não iremos assistir a uma catadupa de falências no sector Bancário Angolano? Poderemos, sempre fazer de conta que não faliram e conviver com zombies bancários.
Hoje, tive a oportunidade de recordar um estudo da KPMG, creio de 2009, que apontava Angola, como o terceiro maior mercado bancário da África-subsariana. Acredito que possa ser perfeitamente verdade, não fiquei surpreso. No entanto, quando penso na dimensão do Sistema Bancário Angolano em Angola, sou obrigado a pensar, que não detém uma dimensão demasiado relevante. A cobertura bancária pelo território nacional, ainda é bastante deficitária, além disso, não acredito que, a generalidade, do Sistema Bancário Angolano detenha uma carteira de activos demasiado elevada.
O Sistema Bancário Angolano encontra-se concentrado nos grandes centros urbanos, nomeadamente, em Luanda. Apesar, de considerar o Sistema Bancário pouco expressivo, ele é extremamente concorrencial, porque para a dimensão que possui, existe um excesso de oferta bancária. Há Bancos a mais.
A concorrência, é extremamente forte, os Bancos Portugueses têm um papel de destaque, principalmente, porque partem de uma base muito maior e são detentores de um know-how melhor. Mas o mercado é feroz, os Bancos Angolanos batem-se bem.
Os Angolanos que preveligiam uma oferta mais diversificada de produtos e um atendimento mais especializado, tendencialmente, procuram Bancos Portugueses, normalmente pertencem a classes sociais mais elevadas, enquanto, os Angolanos animados por um maior sentimento de Angolanidade procuram os Bancos Nacionais. Creio que não existe nada de anormal, neste facto, é apenas o mercado a funcionar.
No entanto, não posso deixar de constatar uma falta de sofisticação no mercado Bancário Angolano, nomeadamente, ao nível das empresas. Existe um conjunto de serviços financeiros que não estão disponíveis para as empresas Angolanas porque simplesmente não existem, algo que, condiciona a gestão da tesouraria das empresas. É um mercado ainda imaturo, como já foi referido neste espaço, e sem um mercado Bancário forte, não é possível ter uma Bolsa de Valores credivel, por muita vontade e pensamento positivo que possam existir na classe dirigente.
Existe ainda um outro factor no Sistema Bancário Angolano, que é motivo de preocupação, a existência ou não, de sistemas de avaliação de riscos e a sua validade. É um detalhe muito importante, principalmente, em Angola, pela forma como funciona a sua economia em certos sentidos. Quantas vezes, já não aconteceu, o financiamento para um projecto ser recusado porque não é considerado viável, e depois os promotores do projecto recorrem ao sistema, para o mesmo Banco que recusou o projecto, acabar por conceder o financiamento solicitado? Nem menciono, o desgraçado que ousou chumbar o projecto à ilustre figura. Mas seria interessante conhecer os níveis de morosidade e a magnitude dos incobráveis do Sector Bancário Angolano (refiro-me aos reais). Não foi há muito tempo que a imprensa angolana dava a notícia que dois empresários angolanos no seu conjunto deviam mais de US$ 300 milhões à Banca Angolana. O mais deplorável da situação, parece que um dos empresários, escreveu uma carta a um Alto-Dirigente do MPLA para interceder junto do Banco, por sinal público, onde tinha contraído a dívida, para provavelmente, obter, uma Amnistia Financeira, a custa do contribuinte Angolano.
São precisamente este tipo de situações que dão Má Imagem e Fama ao MPLA, e depois alimentam as especulações de corrupção e de tráfico de influências. Situações desta natureza deveriam ser veemente repudiadas pelo próprio partido, porque são questões centrais da sociedade angolana e com as quais se defronta no seu dia-a-dia. Os responsáveis políticos que governam o país, não deveriam esquecer em nenhuma circunstância a seguinte máxima: A mulher de César não basta ser séria, tem que parecê-lo.
No meu entendimento, num futuro próximo, esta forma de funcionar, pode revelar-se problemática, todos sabemos que a base do crescimento económico em Angola é o petróleo, mas também temos assistido a um Boom no Imobiliário, questiono-me, será que todos os Bancos Angolanos foram prudentes na concessão de créditos? Quando a Borbulha do Imobiliário estoirar em Angola, não iremos assistir a uma catadupa de falências no sector Bancário Angolano? Poderemos, sempre fazer de conta que não faliram e conviver com zombies bancários.