Portugal: Activo de Risco para Angola
Na mais recente passagem do FMI por Luanda, este organismo internacional alertou para o risco da exposição angolana à Portugal. As autoridades angolanas tentaram desdramatizar a situação argumentando que a exposição aos fluxos financeiros portugueses é reduzida.
No entanto, penso que o risco é real e mais grave, não se resume a uma questão de fluxos financeiros, mas também é económica. Neste momento, a economia portuguesa encontra-se intervencionada pela Troika (UE, BCE e FMI) porque a sua economia perdeu acesso aos mercados financeiros, e não é liquido que após o pacote de ajuda Portugal possa voltar ao mercado e de forma comportável. Este condicionamento, repercute-se na economia real, senão existe acesso a financiamento vai-se gerar uma situação de sobre-capacidade que não vai ser absorvida pela economia porque os seus agentes vão deixar de consumir e por inerência investir, vamos assistir a uma contracção violenta da procura interna.
Nesta conjuntura difícil, vai ocorrer uma dura recessão, muitos organismos internacionais apontam para 4% ou 5% do PIB, esta recessão vai ser muito mais violenta porque se vai realizar num cenário desalavancamento da economia, o Estado, as empresas e as famílias estão excessivamente endividadas.
Esta circunstância afecta de sobremaneira a economia angolana porque as empresas portuguesas têm uma grande exposição a este mercado, para muitas empresas portuguesas, Angola representa já mais de 50% do seu portefólio de negócios. Por isso, faz sentido o FMI considerar Angola um activo de refúgio para a economia portuguesa. A questão, é que muitas empresas estarão sob três forças; a necessidade de reduzir a sua sobre-capacidade, a necessidade de reduzir o endividamento e a falta de crédito no sistema bancário português.
A banca portuguesa está num duro processo de recapitalização tutorado pela Troika, sem acesso a crédito não existe comércio externo, as empresas portuguesas de um modo geral sentirão necessidade de reduzir as suas operações com o objectivo de gerar liquidez, portanto, continuarão a desinvestir, sendo Angola um mercado preferencial, é natural que a economia angolana sinta as repercussões da recessão portuguesa e da falta de capacidade investimento das suas empresas. É um cenário trágico para Angola? Não, mas é preocupante e merecedor de análise.
Na mais recente passagem do FMI por Luanda, este organismo internacional alertou para o risco da exposição angolana à Portugal. As autoridades angolanas tentaram desdramatizar a situação argumentando que a exposição aos fluxos financeiros portugueses é reduzida.
No entanto, penso que o risco é real e mais grave, não se resume a uma questão de fluxos financeiros, mas também é económica. Neste momento, a economia portuguesa encontra-se intervencionada pela Troika (UE, BCE e FMI) porque a sua economia perdeu acesso aos mercados financeiros, e não é liquido que após o pacote de ajuda Portugal possa voltar ao mercado e de forma comportável. Este condicionamento, repercute-se na economia real, senão existe acesso a financiamento vai-se gerar uma situação de sobre-capacidade que não vai ser absorvida pela economia porque os seus agentes vão deixar de consumir e por inerência investir, vamos assistir a uma contracção violenta da procura interna.
Nesta conjuntura difícil, vai ocorrer uma dura recessão, muitos organismos internacionais apontam para 4% ou 5% do PIB, esta recessão vai ser muito mais violenta porque se vai realizar num cenário desalavancamento da economia, o Estado, as empresas e as famílias estão excessivamente endividadas.
Esta circunstância afecta de sobremaneira a economia angolana porque as empresas portuguesas têm uma grande exposição a este mercado, para muitas empresas portuguesas, Angola representa já mais de 50% do seu portefólio de negócios. Por isso, faz sentido o FMI considerar Angola um activo de refúgio para a economia portuguesa. A questão, é que muitas empresas estarão sob três forças; a necessidade de reduzir a sua sobre-capacidade, a necessidade de reduzir o endividamento e a falta de crédito no sistema bancário português.
A banca portuguesa está num duro processo de recapitalização tutorado pela Troika, sem acesso a crédito não existe comércio externo, as empresas portuguesas de um modo geral sentirão necessidade de reduzir as suas operações com o objectivo de gerar liquidez, portanto, continuarão a desinvestir, sendo Angola um mercado preferencial, é natural que a economia angolana sinta as repercussões da recessão portuguesa e da falta de capacidade investimento das suas empresas. É um cenário trágico para Angola? Não, mas é preocupante e merecedor de análise.