quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Angola Trajectória Descendente

Parece que o crescimento económico do país está a perder fulgor, no inicio do ano projectava-se um crescimento aproximado de 9%, um valor que foi depois revisto para 6% e agora temos uma nova projecção que nos situa na casa dos 4%.
O Governo justifica a perda de dinamismo da economia nacional com a crise financeira internacional, é certo, que com um maior condicionamento do financiamento internacional, as multinacionais e os investidores têm tendência para retrair a sua actividade e adiar decisões de investimento.
No entanto, não deixa de ser curioso, constatar que o crédito bancário em Angola conheceu um crescimento mas ainda não tem dimensão para sustentar a economia nacional, nomeadamente, as necessidades de financiamento do país.
Pessoalmente, tinha a expectativa que Angola retoma-se a senda dos crescimentos fortes porque a variável fundamental do país (o petróleo) tem-se mantido no seu preço natural nos mercados internacionais, por isso, considero todo o crescimento económico inferior à 6% como decepcionante.
Talvez, se a prioridade económica nacional não fosse a aquisição de participações financeiras em bancos estrangeiros, mas sim, concentrar esses fluxos para investimentos produtivos no país, que se traduzem pela criação de riqueza na economia real, possivelmente, a economia angolana neste momento estaria mais diversificada e não estaria tão exposta aos choques externos e o Governo não teria que fazer tanta contenção e tanta contrição.
É estranho, um país que carece de tantas infra-estruturas, de indústria, de serviços, de tecnologia, de recursos humanos qualificados, se dedique ao jogo da especulação financeira, Angola não pode ser uma economia de casino, necessita ser uma economia produtiva.