terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Todos querem Isabel dos Santos

Nestes últimos dias oficializou-se a entrada de Isabel dos Santos na ZON, uma empresa que resultou de uma cisão do universo da Portugal Telecom, portanto, trata-se de uma empresa recente, que se encontra cotada há pouco tempo em bolsa. A entrada na ZON faz sentido na perspectiva do portfolio de negócios da Isabel dos Santos, porque permite uma grande complementaridade nos seus principais negócios, mas além da componente estratégica, existe também a componente financeira, a ZON é a eterna Opavel da Bolsa portuguesa, convém não esquecer a tentativa fracassada da SONAECOM há alguns anos atrás.
No entanto, considero a ZON uma empresa de pouco potencial per si, é uma empresa que opera num mercado pequeno e bastante concentrado, dominado por grandes players e portanto com uma concorrência feroz. Considero que é mais vantajoso para à ZON ter uma accionista com o perfil de Isabel dos Santos, do que a Isabel dos Santos ser accionista da ZON, baseio esta afirmação em primeiro lugar porque Isabel dos Santos, é sinonimo de liquidez, um bem bastante escasso neste momento, e em segundo lugar porque Isabel dos Santos pode significar uma importante porta de entrada no mercado africano, devido, a sua esfera de influência. Sendo o negócio potencialmente mais vantajoso na perspectiva portuguesa, porque razão assistimos a investimentos maciços angolanos em Portugal? Uma economia com uma performance medíocre, caracterizada praticamente por 10 anos de estagnação económica? Esta é a pergunta que vale 1 Milhão de dólares para quem souber responder correctamente.
Creio que um dos factores que contribui para estes investimentos angolanos em Portugal deve-se ao factor segurança, apesar de Portugal, ter índices preocupantes de corrupção, é um País que esta integrado num espaço comunitário europeu, portanto, é um Estado que confere mais garantias na defesa da propriedade privada e na defesa dos interesses dos investidores. Além disso, sendo Portugal uma pequena economia aberta existem menos barreiras à entrada e num contexto de crise existem sempre oportunidades de tal forma subavaliadas pelo mercado que justificam a sua aquisição.