sábado, 13 de fevereiro de 2010

Venture Capital & Private Equity and Angola

Em muitos países o empreendedorismo tem um papel preponderante na economia, principalmente, como um estímulo da iniciativa privada. Para quem inicia uma actividade empresarial a primeira dificuldade que encontra é a disponibilidade de fundos, ou seja, a obtenção de financiamento. Em Angola essa dificuldade também se faz sentir, apesar, do mercado bancário angolano ser considerado um dos maiores do continente africano, em parte esta dificuldade explica os baixos níveis de iniciativa privada verificados em Angola.
O empreendedorismo tem um papel muito importante nas economias porque é um veículo de criação de emprego, de uma forma geral, grande parte do emprego é gerado por pequenas e médias empresas.
É neste contexto que o Venture Capital pode ter um papel fundamental porque é um instrumento que esta vocacionado para investir em projectos empresariais na sua fase inicial, dotando-os do capital necessário, inclusivamente, fazendo parte da sua gestão. O principal objectivo do Venture Capital é investir em projectos de rápido crescimento e de alta rentabilidade, portanto, de elevado potencial económico e sair quando atingida a maturidade.
Sendo Angola umas das economias com mais potencial de crescimento no continente africano porque razão o país se caracteriza pela ausência destes instrumentos que podiam ter um efeito virtuoso na economia angolana fomentando a modernização e o empreendedorismo nacional? Porque razão Angola não consegue atrair Venture Capital e Private Equity Funds?
Da minha experiência na tentativa de implementação de um Fundo desta natureza em Angola, notei uma grande resistência e desconfiança dos agentes locais em relação a tudo o que supõem ser inovação financeira, depois existem problemas de natureza jurídica, nomeadamente, no que diz respeito ao exercício das garantias de propriedade privada, a falta de quadros qualificados para abraçar os projectos, o volume reduzido das propostas de investimento e naturalmente a ausência de mercados financeiros. Ainda temos que considerar a relutância deste tipo de investidores em investir em países excessivamente burocratizados e com elevados índices de corrupção, que afastam por completo estes investidores.