quarta-feira, 14 de abril de 2010

A Distribuição da Riqueza

Estava lendo o Angonoticias e deparei-me com duas notícias que despertaram a minha curiosidade, a primeira fazia referência ao relatório da Human Rights Watch (HRW) que denunciava o facto de apesar de Angola ter conhecido um grande crescimento do seu PIB nestes últimos anos, esse crescimento económico não se traduziu num aumento do bem estar e do nível de vida da generalidade das pessoas. O relatório ainda faz referência ao facto de Angola ter melhorado alguns aspectos da sua governabilidade, nomeadamente, uma maior transparência na divulgação da sua informação económica. No entanto, o relatório denunciava a falta de desenvolvimento dos índices humanos e os elevados índices de corrupção que ainda se verificam, nomeadamente, na contabilização das receitas petrolíferas.
A outra noticia que despertou a minha atenção foi aquela que fez menção a lista Forbes que não incluía nenhum angolano bilionário na sua lista, com perplexidade, questionei-me, dá para acreditar?
A verdade como já foi referido num post anterior, em Angola quem é rico é mesmo rico, e quem é pobre é mesmo pobre, e não há termo intermédio, apesar, de todos quererem ser ricos nesta terra, custe o que custar.
Mas sendo Angola um país potencialmente rico porque razão os seus cidadãos são tão pobres? Como se pode reduzir estas assimetrias e promover uma distribuição da riqueza mas equitativa?
O primeiro passo teria que ser necessariamente o combate à corrupção para acabar com as injustiças sociais, mas em todo o caso seria suficiente?
Talvez o mais lógico seria utilizar a via fiscal e tributar aqueles que têm maiores rendimentos e um maior património, o Governo teria que formar uma máquina fiscal de verdade. Além disso, o Governo teria que constituir um Estado Social cuja função seria subvencionar os mais desfavorecidos e proporcionando-lhes um nível de rendimento que fosse suficientemente digno e que lhes permitisse sair da miséria, num curto prazo, a medida poderia ser positiva porque aumentaria o nível de rendimento disponível da população e aumentaria e alteraria os seus hábitos e padrões de consumo. Mas para o futuro seria bom ter uma comunidade subsídio dependente, ociosa e sem competências para serem auto-suficientes no dia em que o ouro negro acabar?
A outra via para terminar com esta injustiça social seria proporcionar igualdades de oportunidades aos angolanos, que passaria por uma melhoria do sistema de educação, uma melhor formação, uma mais cuidada e atenta inserção no mercado de trabalho e incentivar o empreendedorismo local através de instrumentos financeiros específicos. É necessário que o Governo não tenha medo de formar cidadãos angolanos íntegros e com valores, somente, assim teremos uma sociedade melhor, com instituições mais transparentes, fomentado o respeito, a honestidade e o sentido do dever.