terça-feira, 13 de abril de 2010

Perfis de Investimento em Angola

Quem chega a Angola depara-se com uma capital (Luanda) vibrante e plena de vigor, nomeadamente, ao nível da construção. É impressionante observar o skyline de Luanda repleto de novas torres, o termo mais correcto, seria arranha-céus. Angola, através da sua capital respira actividade, é vida.
Creio que basta circular uma tarde pelas ruas de Luanda para termos uma percepção dos perfis de investimento que podemos encontrar em Angola, apesar, de ser uma observação empírica sem suporte em dados concretos, mas creio que traduzem de certa forma a realidade angolana.
Encontramos um perfil de investimento muito associado ao Estado, nomeadamente, na construção de infra-estruturas que tem por objectivo a reconstrução do país, este tipo de investimento é financiado na totalidade pelo Estado com base nas suas receitas petrolíferas, neste tipo de investimento encontramos grandes construtoras com presença internacional e que em grande medida dependem do beneplácito das autoridades angolanas na adjudicação das mesmas obras. Podemos dizer que para entrar neste sector, além de competência técnica é necessário um bom magistério de influências, será sensato, dominar a arte da diplomacia. Convém, dizer que este sector tem um efeito de arrastamento em outros negócios.
A um nível privado, podemos encontrar um particular interesse em desenvolver projectos imobiliários, é sabido que em Angola, existe uma desproporcional e injusta distribuição da riqueza, isto significa quem é rico em Angola, é mesmo rico, nesse sentido, os projectos imobiliários podem incorporar grandes rentabilidades porque a elite angolana tem de facto um grande poder aquisitivo, logo, ser um sector particularmente interessante para investir.
Por fim podemos encontrar um outro sector de investimento, como já foi referido, existe uma grande injustiça na distribuição da riqueza, isto implica que o rendimento per/capita da maioria dos angolanos seja baixo, portanto, grande parte do seu rendimento disponível é dedicado ao consumo, existe pouca formação de poupança, logo, existe uma grande propensão para o consumo, nomeadamente, de bens de primeira necessidade por essa razão os bens de consumo rápido, nomeadamente, a nível alimentar são tão atractivos em Angola.