quinta-feira, 24 de junho de 2010

As Multinacionais e os Mercados

Muitas vezes se questiona o porquê da presença de Multinacionais em países muito periféricos, com níveis de desenvolvimento muito baixos e com instituições de fraca qualidade, como poderia ser o caso de Angola, a resposta mais imediata é argumentar que estes países têm fortes perspectivas de crescimento económico, ou seja, o seu PIB vai crescer a ritmos elevados e rápidos.
No entanto, apesar dos elevados e rápidos ritmos de crescimento, observamos que estes países têm uma dificuldade em atrair fluxos de capital, podemos ainda observar que na estrutura dos fluxos de capital, o IDE tem um peso bastante importante. Seria de todo o interesse dos decisores económicos nacionais compreenderem porquê isso acontece e qual é o significado para os demais agentes económicos. É importante perceber se um peso excessivo do IDE no total dos fluxos de capital é um bom sinal económico?
A principal razão porque isto acontece deve-se ao facto dos mercados nesses países serem extremamente ineficientes e imperfeitos, convém lembrar que o IDE significa propriedade, portanto perante a constatação das ineficiências e imperfeições do mercado, que podem resultar da ausência de fornecedores fiáveis, fornecedores com poder de monopólio ou simplesmente mercados pouco desenvolvidos, as Multinacionais ponderam o custo entre realizar as operações internamente e o custo de confiar nos agentes económicos locais, normalmente, as Multinacionais nestes mercados pouco desenvolvidos preferem internalizar essas actividades e alargar a fronteira das suas actividades. As Multinacionais substituem-se ao próprio mercado sendo este um indicador claro da fragilidade e do subdesenvolvimento dos mercados em que estão a operar.