segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Regresso a Normalidade

A CAN acabou para Angola com a sua eliminação perante o Gana, o país voltou a normalidade, regressou a sua realidade, aos engarrafamentos de trânsito, ao mesmo sentimento de insegurança, a mesma luta pela sobrevivência e aos mesmos problemas, e sempre com os mesmos protagonistas.
Enquanto o CAN não termina, talvez, os mais esclarecidos já comecem a questionar-se qual vai ser o uso e o destino destas novas infra-estruturas desportivas? De que forma irão ser rentabilizadas? Quais serão os seus custos de manutenção?
A maioria de nós talvez ainda não reflectiu sobre está questão porque ainda estamos embriagados pela organização do evento, é no meio desta embriaguez que uma nova constituição esta a ser discutida e aprovada. Não existe um total consenso sobre este assunto, existem opiniões bastante divergentes, que defendem que esta nova constituição é um golpe democrático, argumentando que um sufrágio indirecto é sempre um retrocesso em relação ao sufrágio directo.
No entanto, alguns dos países mais desenvolvidos do mundo são monarquias constitucionais, nomeadamente, os países nórdicos da Europa, algo que seria impensável implementar em Angola, creio que num país com tão pouca experiência democrática como Angola, encontrar a melhor forma constitucional para regular a sociedade angolana não será uma tarefa fácil, a minha principal preocupação é que o texto constitucional seja transparente, sem interpretações omissas e que seja perceptível para todos os angolanos. É importante que a constituição seja o texto que garante os direitos e os deveres do Estado e dos seus cidadãos. Penso que a forma constitucional mais adequada será aquela que permitirá fazer da sociedade angolana uma sociedade mais justa, algo, que apenas poderá ser comprovado ou não através da sua aplicação prática.