segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A Prioridade Energética

Como já foi referido anteriormente no blog, uma das condições essenciais para a diversificação económica é a existência de investimento directo estrangeiro, portanto, a capacidade para atrair capitais e investimentos externos. A questão que nos devemos colocar é quais são as variáveis que levam um empresário à investir noutro país?
Podemos estar seguros que um investidor antes de tomar uma decisão de investimento já fez o seu trabalho de casa, seguramente, avaliou as perspectivas de evolução da actividade no país, sabe qual é o risco do país e, seguramente, tem identificado as principais oportunidades de negócios. Mas de uma forma geral, quando uma grande multinacional decide investir noutro país, principalmente, procura obter ganhos de produtividade, ou seja, procura factores de produção mais baratos para ganhar competitividade.
Numa empresa de cariz industrial, os gastos com a electricidade assumem uma elevada percentagem no total dos gastos, Angola é um país com uma grande ineficiência no abastecimento de electricidade, ainda no outro dia li uma noticia que fazia referência a cortes específicos de electricidade durante a CAN, quem vive em Luanda é confrontado com cortes diários, esta ineficiência no abastecimento de electricidade tem elevados custos, nomeadamente, a nível industrial porque pode desincentivar futuros investimentos.
Nenhum empresário estará disposto a investir num país onde as suas linhas produção podem parar diariamente, por vezes, mais do que uma vez por dia por falta de electricidade. Para evitar esse inconveniente proliferam geradores pelo país, mas o uso sistemático dos geradores agrava fortemente os gastos de produção, nomeadamente, os referidos com o abastecimento de energia, o que implica perda de produtividade, ou então, esse acréscimo de custo é repercutido no consumidor final (o que nem sempre é possível e corta-se na margem de lucro até a actividade deixar de ser rentável).
Parece-me fundamental antes de pensar na industrialização do país que sejam criadas as condições necessárias para desenvolver uma actividade industrial numa base competitiva, o que passa necessariamente por uma maior e melhor eficiência energética, nomeadamente, ao nível do abastecimento de electricidade.