sábado, 14 de novembro de 2009

Um Modelo Económico para Angola

Neste post gostaria de fazer uma reflexão sobre qual deveria ser o modelo económico angolano, na minha opinião, a economia angolana deveria basear-se num triângulo virtuoso que tivesse como função o alavancamento e o arrastamento de toda a economia angolana.
O meu triângulo virtuoso teria como vértices a energia, as telecomunicações e a agricultura. Creio fundamental que Angola não se reserve apenas ao papel de exportador de crude, Angola deveria ser uma referência continental na produção e exportação de energia. Na energia, incluo a produção do crude e a sua refinação, a produção eléctrica, a produção de energias renováveis (com a produção interna de todos os seus componentes) e a energia nuclear. O desenvolvimento de competências no sector da energia têm um efeito de arrastamento em outras actividades, como pode ser a indústria química, a título de exemplo, a produção de plásticos, moldes e do papel.
O vértice das telecomunicações é fundamental num mundo cada vez mais globalizado porque as sociedades, nomeadamente, as suas empresas necessitam ser ágeis, flexíveis e rápidas. As telecomunicações têm o dom de aproximar os cidadãos e as empresas ás instituições e ao mundo, reduzindo a burocracia, reduzindo processos, agilizando decisões, economizando tempo e reduzindo a corrupção. As telecomunicações têm um efeito de arrastamento ao nível dos sectores tecnológicos, nomeadamente, na informática e na produção de software. O vértice das telecomunicações tem a faculdade de ser o valor acrescentado da sociedade enquanto no vértice da energia podemos encontrar a industria mais pesada e que pode servir para alavancar financeiramente as demais actividades.
Por fim, temos o vértice da agricultura, creio que é fundamental que um país com as características de Angola seja auto-suficiente, nomeadamente, a nível alimentar. A partir da agricultura podemos desenvolver actividades como agro-pecuária e a agro-indústria, a manufactura, com a consolidação destas actividades podemos pensar na sua distribuição e de uma forma progressiva ir substituindo as importações destes itens. Obviamente, um país que sofreu uma guerra civil devastadora como Angola, as infra-estruturas, obras públicas e os transportes têm uma palavra a dizer no país, no entanto, as linhas orientadoras para o futuro de Angola devem estar baseadas neste triângulo virtuoso, sem esquecer, a formação adequada de recursos humanos que possam integrar esses mesmos sectores.