segunda-feira, 14 de setembro de 2009

A Questão Monetária Angolana

Durante este ano pudemos assistir a adopção de uma politica monetária restritiva pelo Banco Nacional de Angola, cujo, objectivo deveria ter sido a estabilização das reservas e a valorização do kwanza.
Parece ser que estas medidas não tiveram os efeitos pretendidos, o kwanza não se valorizou e além disso parece que a inflação aumentou. Como explicar esta situação? É complexo.
Normalmente, as economias que adoptam regimes de câmbios fixos estão mais sujeitas a movimentos especulativos, no caso angolano, assistimos a uma economia fortemente dólarizada, onde existe uma dualidade monetária, apesar de não existir um cambio fixo explicito, as medidas de condicionamento na procura de dólares e a existência de um mercado negro, podem estimular operações especulativas, mas é preciso ter consciência que o cidadão particular não tem força para manipular o mercado, somente, as tesourarias de grandes bancos têm capacidade para promover efeitos de instabilidade na moeda.
Apesar, dos efeitos especulativos que possam existir no mercado cambial, é necessário, reflectir sobre a bondade da política monetária do Banco Nacional de Angola, será um kwanza forte conveniente?
A política monetária restritiva poderá asfixiar a concessão de crédito a economia, além de retirar liquidez, desta forma, conduzir para o acentuar da desaceleração económica do País, num cenário de crise económica e financeira internacional. As virtudes de uma politica mais restritiva deveriam fazer-se sentir, ao nível da redução da inflação, um factor importante, tendo em conta o escasso nível de rendimento disponível da generalidade da população, mas também existe uma outra virtude a considerar, uma politica mais restritiva e a consequente valorização do kwanza faz com que a divida externa, denominada em outra moeda, seja mais barata.